Onde mora a felicidade?




Ajuda, nesse caminho, lembrar que os mestres de diferentes religiões nos trouxeram com palavras parecidas: a maior alegria da vida é dar. Afinal, só doa ao outro quem tem de sobra.

Um dos grandes enganos na busca da felicidade é o lugar onde a procuramos: o lado de fora. Olhemos para a nossa sociedade. Existem uma dedicação e um avanço intensos na busca do conforto físico, ao mesmo tempo que ela é incapaz de lidar com os problemas de fundo emocional. Cuidar da saúde física é, sim, muito importante, mas é apenas um dos lados do caminho para a vida plena. Confundimos felicidade com a satisfação de desejos imediatos. Quanto mais aumenta essa obsessão pela autogratificação, maior é o momento seguinte de ansiedade e depressão, pois temos medo de perder o que vem de fora. O que vem de fora é impermanente . Se projetarmos nossa felicidade em fatores externos, ela será levada em algum momento, pois o mundo muda o tempo todo. Reconhecer as emoções e não se deixar dominar por elas pode colocar o ser humano no tão sonhado caminho da felicidade. A vida é feita de altos e baixos, que em sua grande maioria fogem ao nosso controle, se acreditarmos que a alegria existe apenas com momentos de sorte e deleite, nos abatemos em fases de limitação ou dificuldades. De maneira que, por fatores externos ,nossa existência estará condenada, como um pêndulo, a se mover entre a euforia e a frustração. Mesmo para aqueles indivíduos que parecem ter nascido com a sorte grande, viver da satisfação dos desejos não torna um homem feliz. A alegria obtida apenas e somente da realização das vontades gera outro tipo de sofrimento: o medo de perder a sensação obtida. Esse apego ao que nos satisfaz momentaneamente nos tira a percepção da realidade. Se compreendermos e lembrarmos sempre que o medo de perder a alegria que sentimos com o amor nos tira do próprio amor, seremos mais zelosos em evitar sentimentos como o ciúme e, consequentemente, seremos mais felizes em nossas experiências amorosas. Se dentro do ambiente material entendermos que podemos e devemos nos servir das coisas boas da vida , sem nos deixar dominar pela ânsia da satisfação pessoal, deixaremos de nos afastar dos outros, e voltaremos a nos sentir parte do que verdadeiramente fazemos parte, ou seja, da humanidade . A vida é um fluxo em constante transformação e mais valiosa será quanto mais trocamos com os que nos cercam.

Fonte: Michel Rinpoche


spiratininga

Um comentário:

  1. Lindo texto, Silvana. Perdemos muito tempo procurando a felicidade em coisas ou outras pessoas quando, na verdade, o segredo está dentro de nós mesmos, no que somos e no que transmitimos. Tenha um domingo maravilhoso! Bjs

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