Amor proibido é mais gostoso?



Diz o ditado que tudo o que é proibido é mais gostoso e não há como negar que existe alguma verdade nisso. Diferenças à parte, a maioria das pessoas tende mesmo a se empenhar para conquistar algo ou alguém que apresente algum mistério ou boa dose de dificuldade.

O que se busca, acima de tudo, é a adrenalina que o proibido provoca. Ainda mais quando se trata da possibilidade de viver um amor... proibido. E proibido por quê? Existem várias razões para o uso deste rótulo, mas no final das contas, penso que a razão é o que menos importa.

Diferença de idade, classe social ou raça... ou ainda o encontro entre pessoas comprometidas, a questão é uma só: por que algumas pessoas parecem viciadas em viver amores proibidos? Até dizem que não querem, mas que acontece - como se nada pudessem fazer para evitar. Ou seja, tem algo neste encontro que deve mesmo ser viciante.

Aposto que, na maioria das vezes, não se trata de querer ferir alguém, mas de desejar, de modo visceral e até insano, viver intensamente. Tudo o que muitas pessoas desejam, talvez até sem se dar conta, é viver uma paixão avassaladora. É se jogar de corpo e alma numa situação em que pouco importa se o mundo está prestes a desabar, porque a sensação é de que apenas um instante pode fazer todo o resto valer a pena!

E para algumas pessoas em especial, esse ritmo alucinante de viver às escondidas, de ter de inventar um mundo paralelo, de ter que se superar e encontrar as mais inusitadas formas de satisfazer esse desejo torna-se sua razão de existir. Como se qualquer loucura pudesse ser justificada e perdoada.

Entretanto, na vida real o final dessa história nem sempre é feliz. Aliás, muitas delas se transformam em dor e lágrimas e, em alguns casos, terminam até em tragédia. Por isso, se você é viciado em amores proibidos, como se vivesse numa gangorra de emoções, ora incrivelmente feliz, ora absurdamente dilacerado, talvez seja momento de rever as fórmulas que você usa para colorir, encantar e dar sentido à sua história.

É possível viver paixões saudáveis. É possível buscar intensidade e adrenalina em outras fontes menos perigosas e mais compensadoras. É possível, sobretudo, amar apaixonadamente alguém que não seja proibido. Como? Aprendendo que paixão precisa ter prazo de validade, justamente porque é viciante. E tudo o que é vício engana o livre-arbítrio, tornando-nos reféns e escravos da situação.

Descumprir regras pode ser muito saudável quando elas são limitantes e sem propósito, mas viver em função de transgredir pode ser sinônimo de imaturidade e medo de crescer. Medo de arriscar, dar certo e não saber o que fazer com as exigências de um amor de verdade. Lembre-se de que uma fogueira pode aquecer e acolher, mas um incêndio devasta e destrói tudo o que vem pela frente.

Dois exemplos de amores proibidos vividos no cinema, mas com condutas completamente diferentes, são os filmes 'Perdas e Danos' e 'As Pontes de Madison'. Diante do desejo que inunda o corpo e alma dos personagens centrais, cada qual faz sua escolha baseando-se, acima de tudo, na capacidade de enxergar além do óbvio. Que você possa, diante de um amor proibido, conectar-se com sua essência para dar um sentido não cinematográfico, mas sagrado à sua história.


Rosana Braga


Um comentário:

  1. Realmente, ter uma paixão proibida é estar no meio de uma tempestade sentindo toda energia em movimento, estar livre mas sentir-se aprisionado por correntes invisíveis , é tudo que falaste muito bem, pelo visto com propriedade , saber amar saber viver gostei muito.

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