A lógica da vida




Em algum momento de nossas existências, todos nós já nos deparamos com uma série de questões de cunho existencial, tais como: quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Qual o sentido da vida? Os mesmos questionamentos vêm sendo repetidos ao longo dos séculos por todos os povos que já habitaram a Terra. Tal capacidade de nos ocuparmos com essas questões de ordem metafísica é, talvez, um dos grandes elementos que nos distinguem dos demais animais.

Muitos de nós, não raro excessivamente envolvidos por questões cotidianas, de cunho eminentemente material, acabamos por não nos aperceber da importância de tentar compreender as razões de nossa existência, e acabamos por nos deparar com tais questionamentos apenas em momentos de crise, como, por exemplo, quando da perda de um ente querido.

A Doutrina dos Espíritos, através da revelação das Leis universais que regem o Cosmo, assim como da interpretação e contextualização da mensagem de Jesus Cristo, tem por objetivo justamente demonstrar o quão simples, belos e lógicos são os mecanismos da existência.

Ora, partindo do pressuposto de que não há efeito sem causa, e tendo em vista que cada um de nós é animado por forças que não podem ser consideradas materiais, é forçoso concluir pela existência daquilo que convencionamos chamar de alma ou espírito.
Sabemos também que todos os espíritos foram criados por um princípio inteligente (Deus), em um mesmo grau de ignorância e inocência, e com os mesmos instrumentos de aperfeiçoamento, todos tendentes à perfectibilidade.

Nesse sentido, a encarnação terrena pode ser vista como um necessário estágio pelo qual o espírito deve passar para depurar-se, corrigindo gradativamente suas imperfeições. A cada encarnação, o espírito tem novas oportunidades de caminhar mais alguns passos no sentido de seu aperfeiçoamento intelectual e moral, devendo suportar com coragem, paciência e determinação todas as limitações impostas pela matéria.

O número de encarnações necessárias para que um dado espírito aproxime-se ao máximo da perfeição será diretamente proporcional ao bom uso que tenha feito de cada uma delas.

Tendo isso em mente, torna-se muito mais fácil compreendermos uma série de questões, tais como as desigualdades sociais e as múltiplas oportunidades experimentadas por cada um de nós durante nossa trajetória de vida. Considerando-se que cada um de nós encontra-se em um diverso grau de evolução e tem distintos pontos a serem aprimorados, é perfeitamente lógico que tenhamos que passar por diferentes situações durante uma dada encarnação.

Evidente, pois, que o grande objetivo que devemos perseguir durante nossa encarnação Terrena é o aperfeiçoamento por meio do trabalho, do estudo e do cumprimento dos deveres inerentes ao espírito, e não o simples deleite de gozos e venturas.

Sabemos que a vida na terra é permeada por inúmeros percalços e que estamos expostos quase que diariamente a uma série de difíceis provações. Sabemos também que a própria vida em sociedade traz consigo diversas situações conflituosas, sendo, por vezes, bastante difícil conviver com esse materialismo exacerbado que permeia todas as relações sociais.

O que se percebe quase que diariamente é uma lamentável substituição do SER pelo TER. Muitos de nós buscamos incessantemente auferir bens materiais, não importa a que custo, apenas para que possamos gozar de mais prazeres materiais. Esses sentimentos de cobiça, inveja e avareza por certo não trazem qualquer benefício em nossa trajetória espiritual. Pelo contrário!

Contudo, devemos ter em mente que o fato de termos consciência da importância que deve ser dada às questões de ordem espiritual, não quer dizer que devamos nos afastar do convívio em sociedade e renunciar a todos os bens materiais, como o fez, por exemplo, Diógenes de Sínope na Grécia antiga. Não devemos também passar a nos dedicar exclusivamente à preces e exortações mentais – como fazem os chamados ascetas – deixando de lado o convívio diário com os nossos semelhantes.

A mensagem trazida pela Doutrina dos Espíritos não deve fazer com que nenhum de nós passe a viver uma vida mística, afastando-se de suas responsabilidades terrenas. Na verdade, cada um de nós deve saber viver como os homens de nosso tempo buscando sempre desempenhar nosso papel social da melhor forma
Não há, portanto, mal nenhum em se perseguir certos bens materiais ou determinadas posições sociais.

Tudo isso é perfeitamente possível desde que se tenha em mente sempre um objetivo maior, de crescimento moral e voltado à caridade e ao bem do próximo.

Seria, aliás, um enorme contra-senso querer crer que Deus nos permitiu encarnar em um dado meio social para que nos afastássemos dele e passássemos a viver reclusos.

Aquele que esquiva-se das provas que lhe foram postas, está desperdiçando uma enorme oportunidade de aprender e evoluir, o que por certo servirá apenas para retardar sua trajetória evolutiva.

*Rodrigo Fontana França.
França é advogado, coordenador de grupos de estudos espírita em Curitiba e colunista da SER Espírita.

9 comentários:

  1. Somente quando o ser humano passar a acreditar em seu real potencial e deixar de lado todas essas crendices supersticiosas (pateticas, diga-se)ele será dono de si; e isso inclui saber e aceitar que, assim como tivemos um começo, teremos um fim (o que não significa que é uma coisa ruim). Será que é tão dificil assim aceitar que iremos acabar um dia? Será que a mentira doce é mesmo mais necessária que a verdade, por mais amarga que seja? Se buscamos tanto a verdade, então porque não temos coragem de enfrenta-la?

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    1. Olá Jazão Senna, tudo bem ?

      "Somente quando o ser humano passar a acreditar em seu real potencial e deixar de lado todas essas crendices supersticiosas (pateticas, diga-se)ele será dono de si;"

      Uma pergunta: você conhece todas as Leis do Universo para afirmar o que é
      uma crendice supersticiosa, o que é patético ?
      Você poderia nos mostrar um único trabalho científico
      que diga que a morte seja o fim da consciência ? Um trabalho
      cuja conclusão seja: "A morte do cérebro cessa a consciência".
      Você não achará, amigo, porque tal trabalho não existe.
      A Ciência está aberta a essa questão como a qualquer questão
      que diga respeito a Natureza, qualquer que seja.
      O Materialismo, assim como uma de suas correntes, o Ateísmo, são apenas
      e tão somente correntes do pensamento humano, especulações filosóficas,que
      por mais incrível que possa ser, para alguns, têm suas conjecturas, ou seja afirmações
      que não puderam ainda ser provadas, mas que são aceitas como dogma de fé materialista.
      Um exemplo ? "O Cérebro cria a consciência, morto o cérebro, fim da consciência"
      Isso é apenas e tão somente uma opinião, aceita como dogma de fé, a ciência não diz isso,
      cientistas individualmete podem dar suas opiniões a respeito.
      Afinal, é uma grande questão filosófica, que se resume em duas correntes bem distintas: Monismo e Dualismo.
      Sua concepção existencial representa apenas a forma como VOCÊ vê o mundo, resultado das suas experiências
      pessoais; você só pode falar daquilo que viveu, portanto, tudo o que disser é apenas o seu ponto de vista.
      Desde a metade do Século XIX, até os dias atuais, as pesquisas em cima dos chamados fenômenos paranormais
      têm sido cada vez mais fortes e vêm revelando fatos que até então desconhecíamos, quase por completo, sobre
      o ser humano.Pesquisas sérias, feitas por grandes nomes da ciência como Charles Richet, Prêmio Nobel de Medicina(Fisiologia)
      de 1913, foi um desses grandes estudiosos dos fenômenos paranormais, William Crookes, químico, descobridor do elemento Tálio, foi outro.
      Joseph Blanks Rhine, da Universidade de Duke, Ernesto Bozzano da Universidade de Turim, Myres e James, de Harvard.
      Todos esses foram grandes pesquisadores dos fenômenos paranormais, que demosntraram que a consciência, a Alma, sobrevive
      a morte do corpo físico. Você, meu amigo, já estudou algum deles ? Eles não especulam, não se valem de argumentos mais
      ou menos bonitos, apenas analisam a ocorrência de fatos à luz da Razão(que como muitos pensam nada tem a ver com ser Ateu ou Materialista).
      Muitos deles, assim como você, antes de ver os fatos, diziam
      que eram apenas "superstições patéticas".Responda a si mesmo, para sua consciência: Você já viu algum fenômeno paranormal ?
      Não estou perguntando a você se existe, isso não é motivo de dúvidas, mas sim, se você já viu ? Sua consciência responderá.
      Caso não tenha visto, acredito ser prudente a não emissão de juízo de valor sobre o que não se sabe, com o objetivo
      de não desenvolvimento do Misoneísmo, que pode o impedir de enxergar fatos que, para você, são novos.

      Continua....

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    2. Continuação do comentário acima:

      Você disse:
      "Será que a mentira doce é mesmo mais necessária que a verdade, por mais amarga que seja? Se buscamos tanto a verdade, então porque não temos coragem de enfrenta-la?"

      Pergunto a você meu amigo, o que é a Verdade ? Você a têm ?
      Schopenhauer disse, certa vez: "A Verdade não é uma cortesã que salte ao pescoço de quem a despreza: ao contrário, é uma bela
      tão altiva que mesmo aquele que tudo lhe sacrifica não está certo de possí-la".

      Pergunto a você, amigo: Você a possuiu ? Têm certeza disso ? O que VOCÊ considera ser verdade é a Verdade ?
      Será que não está desprezando-a antes sequer conhecê-la ?
      O quanto do Universo você conhece ? Essas são apenas perguntas que apenas sua consciência saberá responder.

      Pesquise mais, estude os chamados fenômenos paranormais, com mente livre de preconceitos, procure autores sérios,
      analise seus trabalhos. Negação pura e simples nada quer dizer, a não ser que somos levianos conosco na busca
      da Verdade que tanto almejamos. Você perguntou:

      "Há alguma base sólida que sustente as ideias que você defende?"

      Sim, amigo há. Procure estudar os autores supracitados, pesquise por si só.
      Não aceite ideias de ninguém, mas também não rejeite aquilo que você honestamente
      sabe que não conhece. Faça isso e garanto que se surpreenderá.

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  2. Na verdade vc meu amigo vc é um ateu x um quadrado sabemos que a morte um dia vai chegar isso é fato mas a fe que move nossa vida tambem podemos acreditar em deus que depois da morte existe algum lugar para aqueles que acreditaram em deus e depositaram a esperança em deus que e a salvaçao me desculpe amigo se vc foi uma pessoa ontem e hoje tenha fe tambem para o amanha mas vc quem sabe se não crer ja esta condenado fui....

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    1. Além de me ofender e não saber escrever, o que mais você sabe fazer? Quem garante o que vem depois da morte? Você e/ou todos os "achismos" que pregam isso ou aquilo através de "caminhos de luz"? Se o seu conhecimento se baseia na fé, é possivel que ele esteja errado (já considerou essa possibilidade?), e quem garante que não está? A fada dos dentes? Se eu crer firmemente no Monstro do espaguete voador, eu sou um maluco ou um devoto? E qual a diferença? Há alguma base sólida que sustente as ideias que você defende? E quem é você para afirmar categoricamente que já estou condenado? Se você já foi, então até mais, fico aguardando quando você tiver algum argumento plausivel (e com um pouco de sorte, algumas virgulas tambem).

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  3. Respeite aquilo que vc nao conhece.nao julgue o que vc nao entende.
    Isso vale pros dois donos da verdade ai em cima.

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  4. Tanto o ateu, quanto o fiel estao sendo preconceituosos e prepotentes. Deus nao quer julgamentos, assim como o que se diz ateu tambem deveria pensar igual a deus e evitar os julgamentos com alto teor de prepotencia..facam o bem e ensinem para seus filhos tambem..memo sem fe,que seja,mas faca o bem. Isso inclui nao menospresar,nao diminuir,nao acusar,nao julgar,nao ofender,nao maltratar,nao desrespeitar..isso e o minimo pra uma civilizacao inteligente....mas reflita sobre os grandes homens do mundo: einstein,rei salomao,b.franklin,santos dumont,princesa isabel,lincon,sobreviventes do acidente na cordilheira dos andes,dalai lama,gandi,nelson mandela,madretereza,alexandre,che guevara,bob marley,bil gates,elvis,todos conheciam deus,tinham a coviccao.a certeza.vc duvida mesmo de einstein?ou mandela? Eu nao, isso acontece porque essas pessoas nunca foram de inventar coisas ..elas nao menteriam ao ponto de inventar um deus,nao estas pessoas. Alem disso quem nunca se viu salvo de uma situacao que nao conseguia escapar,inexplicavelmente em algum momento na vida..todas as pessoas q eu admiro(98%) creem em deus, e eu os admiro por eu pensar como eles,e se eu penso como eles logo, eu acredito no que dizem, pois eu nao mentiria e nos pensamos igual.desculpe os erros gramaticais, e q e to foda digitar nessa merda de tablet xoom

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  5. Bom dia, Silvana.
    O ser humano sem dúvida tem um enorme potencial. Pode e deve acreditar em si mesmo. Foi dotado de uma qualidade única, a inteligência. Porém, a mesma inteligência que nos leva ao crescimento espiritual, pode, igualmente nos levar equivocadamente a cometer atos inteiramente insanos. As Leis de Deus estão em nossa consciência e desta não temos como fugir. Cedo ou tarde, ela vai nos pedir contas do mal que praticamos e até mesmo do bem que deixamos de fazer. Sob o ponto de vista espiritualista mais especificamente sob a ótica espírita, Deus em sua infinita Bondade e Sabedoria, não nos dá uma prova maior do que a que podemos suportar, por mais dolorosa que seja. A única certeza que temos é que um dia deixaremos esse corpo. Ora, se vamos deixá-lo, se vamos "morrer" e tudo acabará, por qual motivo praticaremos o bem ou o mal? onde está o mérito ou demérito de nossos atos? Por qual motivos amamos, nossos pais, nossos filhos e amigos se vamos perdê-los para a " morte" a qualquer momento, porque sofremos? Se pensarmos desta forma não há razão para estarmos aqui. Melhor, então, seria se acabássemos logo com uma existência que não faz sentido.
    Percebe-se a existência de Deus, em coisas bem simples, as quais não atribuímos o seu devido valor - Exemplo: quando plantamos uma semente,depois de certo tempo, banhada pela chuva e aquecida pelo sol, ela germina, cresce, nos dá alimento para o corpo ou para alma. A diversidades de espécies, é outro exemplo, o microcosmo e os astros que apreciamos, nos dizem também da Inteligência que o homem com toda sua inteligência é incapaz de criar ou reproduzir. Somente uma Força,a qual atribuímos muitos nomes é capaz de Tal, feito. Olhemos nossos corpos, é um universo que ainda não foi desvendado em sua totalidade pela ciência. Somos, consequência e não causa. Somos a maior prova da Existência desse Ser que podemos, chamar de, Deus, Natureza, Allah, etc...
    Não importa, qual religião sigamos nem mesmo se temos alguma. O que verdadeiramente importa, é fazer aos outros TUDO aquilo que gostaríamos de receber.
    O respeito as diferentes opiniões também é uma forma de Amar a Deus, pois que, cada um de nós, como bem diz no texto, está em patamares evolutivos diferentes.
    Parabéns pelo excelente post.
    Grata por compartilhar conosco.
    Beijos
    Lúcia

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