Aquele " mal do coração"




Todos estamos sujeitos a ter problemas com o coração,e normalmente, quando sabemos que alguém está sofrendo do coração, recomendamos consultar um cardiologista. Só que muitas vezes não é esse o especialista indicado.

Pois às vezes é aquele tipo de "mal do coração" que não é físico. É interno. Quando um coração é maltratado por um amor não correspondido. Ou quando é vitimado por algum desgosto muito grande. Doença por vezes grave, que afeta a chamada "vontade de viver" do paciente.

Quem poderia ser consultado para esse tipo de doença? Costuma-se localizá-la no coração, e é lá que muitas vezes sente-se doer. Só que ele depende de comandos do cérebro. E esse então, é muito menos conhecido do que o coração. A ciência ainda não chegou a desvendar 10% do potencial do cérebro.

Então ela prega peças como essa, de nos levar a situações que parece nos conduzir a um autentico "beco sem saída". 

A única maneira que conheço de enfrentar, vencer e sobreviver a esse tipo de situação, vem de uma frase de meu velho amigo L'Inconnu, que chegou de férias:

Há duas coisas certas: o nascimento e a morte. O que importa é desfrutar o intervalo. 

Nesse caso, desfrutar o intervalo é viver o momento presente plenamente, feliz, despreocupado, alegre, em paz. Diante dessa constatação indiscutível, percebe-se que esse intervalo é que determina o prazo de cada um. O bom é que não sabemos qual ( ou quanto) será o nosso.

Por causa disso, pode-se sofrer uma grande depressão, aprendendo assim, que é sábio viver cada dia com a consciência de que pode ser o último. Sendo assim, tudo passa a ter um valor relativo. Adquirindo a consciência de que tudo terá um fim, até os nossos sofrimentos deixam de ter a mesma importância. Quantas palavras não ditas, quantas atitudes adiadas quantos sonhos poderão não ter oportunidade de se concretizar porque deixamos para depois, não aproveitando o presente que era aquele momento presente.

Na verdade o importante é viver o presente, procurando colocar ordem nos pensamentos, deixando de lado dores passadas, e não deixando que a preocupação com o futuro tire nossa alegria de viver. Devemos, sim, pensar no futuro, planejá-lo, e procurar bem vive-lo, mas, vamos viver o dia de hoje. Amar quem quisermos e pudermos amar. 

Poderão argumentar que não é fácil esquecer certas passagens da vida que deixaram marcas profundas. Realmente não é. Se fosse fácil, a vida não teria graça. Temos justamente é que aprender a vencer as vicissitudes da vida, a superar as dificuldades, pois a vida continua. Temos que tornar agradável para nós o espaço de tempo entre o nascimento e a morte.

Imponderáveis são essas duas extremidades. A maneira como vivermos, vai depender de nossa vontade. Sabendo evitar vícios perigosos (e também os nem tanto),e aprendendo a comandar nossas idéias, de maneira a desfrutar os bons momentos que a vida nos propicia. 

Maus momentos, sofrimentos, amores perdidos, desgostos sofridos que fazem parte do passado, devem ser deletados, e substituídos por bons momentos que podemos ter no presente e talvez no futuro, que também não deve ser objeto de muita preocupação, pois talvez não tenhamos tempo de vivê-lo. E estaremos perdendo nosso presente. 

O que não vale a pena mesmo, é atrapalhar o momento atual devido a mazelas do passado. Ainda mais se houve sofrimento, se houve dor... Um motivo a mais para ser esquecido. Remoer sofrimentos é masoquismo. Se um amor foi perdido, é porque não o tivemos. Amores não se perdem. Se ele se foi, é porque não era Amor. Então deve ser esquecido.

Esquecer pode não ser fácil, mas é possível. Só depende de realmente queremos viver o presente, aprendendo a governar o pedacinho do cérebro que cuida da pasta "memória". Então vamos ter um LINDO DIA, aproveitando o presente que é o presente.

Fonte: Marcial Salaverry

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